segunda-feira, 25 de março de 2013

Pascoa e quaresma


A pascoa

O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 março (a data do equinócio). Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. (A igreja, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Concílio de Nicea em 325 d.C, definir a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária – conhecida como a “lua eclesiástica”).
Para determinar o dia da Páscoa, usa-se o ciclo lunar, o Número Áureo, a epacta, a "idade" da lua, o ciclo solar, a letra dominical e a determinação do dia da semana.
Ciclo lunar - é o per¡odo de 19 anos solares ou de 235 lunações sinódicas. O primeiro ano da era vulgar foi o segundo de um ciclo lunar.

Número Áureo - o número que indica o ano, em que se está, do ciclo lunar.
Epacta - o número de dias que tem a lua, ou a idade dela, no princípio do ano civil.
Ciclo solar - é o per¡odo de 28 anos, após os quais os dias dos meses tornam a cair nos mesmos dias da semana. O primeiro ano da era vulgar foi o décimo de um ciclo solar
Indicção romana - origina-se do ciclo de 15 anos julianos completos que os romanos usavam nas bulas pontificais, sendo denominado indicção em decorrência do imposto indictio tributaria que os romanos cobravam de suas províncias para subsistência dos soldados que tinham servido pelo menos 15 anos. Para determinar seu valor, adiciona-se três unidades ao ano considerado e divide-se a soma por 15. O resto da divisão é o número de ordem que o ano ocupa no ciclo e o quociente indica quantos ciclos decorrem desde o início da era cristã. Se o resto for nulo, a indicção romana é 15.
Letra dominical - é a letra que corresponde às datas do domingo dum ano qualquer. Foram para isto adotadas as sete primeiras letras do alfabeto, as quais, escritas invariavelmente na ordem alfabética desde 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro, representam os sete dias da semana. Supondo-se que o ano comece numa quinta-feira, sendo A a letra do dia 1º de janeiro, à sexta-feira deverá corresponder o B, ao sábado C e ao domingo D. Logo, D será a letra dominical desse ano.
Assim em 1957, por exemplo, o Número Áureo (ciclo lunar) foi 1, a epacta foi XXIX (29), a letra dominical foi F e o ciclo solar foi 6. O ano começou numa terça-feira e terminou também numa terça-feira.

A Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera. A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra “páscoa” – do hebreu “peschad”, em grego “paskha” e latim “pache” – significa “passagem”, uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro. Dessa forma a Páscoa do nosso hemisfério seria em setembro, mas mesmo assim o conceito foi universalizado e não deixamos de estar em uma transição entre dois ciclos ou equinócios, porém o nosso acaba representando o equinócio do recolhimento e não da luz.

A páscoa judaica (em hebraico פסח, ou seja, passagem) é o nome do sacríficio executado em 14 de Nissan segundo o calendário judaico e que precede a Festa dos Pães Ázimos (Chag haMatzot). Geralmente o nome Pessach é associado a esta festa também, que celebra e recorda a libertação do povo de Israel do Egito, conforme narrado no livro de Êxodo.

A festa cristã da Páscoa tem origem na festa judaica, mas tem um significado diferente. Enquanto para o Judaísmo, Pessach representa a libertação do povo de Israel no Egito, no Cristianismo a Páscoa representa a morte e ressurreição de Jesus (que supostamente aconteceu na Pessach) e de que a Páscoa Judaica é considerada prefiguração, pois em ambos os casos se celebra uma “libertação do povo de Deus”, a sua passagem da escravidão (do Egito/do pecado) para a liberdade.

De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer Páscoa.

Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Deméter. Na mitologia romana, é Ceres.

As oferendas são então relacionadas a consagração do renascimento e paga por passar pelos anos exclusos, inverno, mas os judeus mantiveram o sacrifício de cordeiros e animais na pascoa como forma de apresentar os teus filhos ao seu deus, lembrando que o próprio Cristo foi levado a sinagoga aos doze anos para comemorar a pascoa conforme os costumes.

O cordeiro é um dos principais símbolos de Jesus Cristo, já que é considerado como tendo sido um sacrifício em favor do seu rebanho. Segundo o Novo Testamento, Jesus Cristo é “sacrificado” durante a Páscoa (judaica, obviamente). Isso pode ser visto como uma profecia de João Batista, no Evangelho segundo João no capítulo 1, versículo 29: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo”.

Paulo de Tarso (na primeira epístola a Coríntio no capítulo 5, versículo 7) diz: “Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.“


Jesus, desse modo, é tido pelos cristãos como o Cordeiro de Deus (em latim: Agnus Dei) que supostamente fora imolado para salvação e libertação de todos do pecado. Para isso, Deus teria designado sua morte exatamente no dia da Páscoa judaica para criar o paralelo entre a aliança antiga, no sangue do cordeiro imolado, e a nova aliança, no sangue do próprio Jesus imolado. Assim, a partir daquela data, o Pecado Original tecnicamente deixara de existir.

Quaresma
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, ressuscitado no Domingo de Páscoa.
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.
O espírito da quaresma para os católicos deve ser como um retiro coletivo de quarenta dias, durante os quais a Igreja, propondo a seus fiéis o exemplo de Cristo em seu retiro no deserto, se prepara para a celebração das solenidades pascoais, com a purificação do coração, uma prática perfeita da vida cristã e uma atitude penitencial.,,” (Umbanda sem mistério)
...Jesus, antes de iniciar sua vida pública, passou pelo ritual de purificação, foi ao deserto e jejuou quarenta dias e quarenta noites (Mateus 4,2) para preparar-se para sua missão. E depois, ressuscitado, permaneceu quarenta dias com os apóstolos (Atos 1,3) ensinando-os, renovando-os para a nova fase da missão.
E por que quarenta? Até a ciência moderna utiliza o termo quarentena para determinar o isolamento por perigo de contaminação de doenças. Os astronautas ficavam de quarentena (só que de 21 dias) quando voltavam da Lua. De onde vem esse número? Quarenta é o número de semanas que demora para a gestação de um ser humano, o tempo que levamos para adquirir vida, desenvolver um organismo apto a sobreviver. Coincidência? Creio que não!...” (Ciência e Religião - Mário Eugênio Saturno)
A quaresma é um período entendido e tratado de maneira peculiar na visão de diversas religiões, mas na sua essência representa um processo necessário na vida de todo ser humano, a reflexão buscando auto conhecimento.
Todo espiritualista sabe e se prepara para as alterações energéticas geradas durante os três ciclos (Carnaval, Quaresma, Semana Santa),
Se a Umbanda é uma religião Cristã, porque não deveríamos seguir o exemplo do nosso mestre, que antes de iniciar uma nova fase, um ciclo que deixaria marcas na eternidade, guardou silêncio, refletiu, lutou contra seus demônios interiores e venceu.
Cada umbandista sabe que a mudança faz parte do aprendizado e crescimento espiritual, devemos vencer os demônios da vaidade, inveja, egoísmo e tantos outros, para merecer a oportunidade de trabalhar na corrente de um terreiro.
Umbandista, entre nesta vibração que está sendo gerada pelos seguidores de várias religiões e retire o melhor que puder para sair renovado e ter condição de assumir a grande e difícil responsabilidade de ajudar o próximo, sem julgamentos, sem preconceito, seguindo mais uma vez o exemplo do mestre.