sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

 

História e pandemia: lições de um passado que se repete

Débora Motta

Fundado por Arthur Moncorvo Filho, o Instituto de Proteção e
Assistência à Infância do Rio de Janeiro (Ipai) era dedicado às
crianças pobres. Na imagem, o médico em consulta durante
a epidemia de Gripe Espanhola
 (Foto: Acervo COC/Fiocruz)

A pandemia causada pelo coronavírus, que já provocou mais de cinco mil mortes, apenas no Brasil, não é a primeira a assolar a humanidade. Um olhar sobre o passado revela que as epidemias ocorrem em um movimento cíclico, deixando marcas recorrentes na trajetória da civilização. “Antes do coronavírus, a pandemia mais abrangente e grave foi a Gripe Espanhola, de 1918, causada pelo vírus Influenza. Estima-se que pelo menos 50 milhões de pessoas morreram no mundo. Mas muitas outras epidemias são relatadas ao longo da história, como a Praga de Atenas, na Grécia, de 430 a. C, associada à febre tifoide; a Peste Negra, que dizimou entre um terço e metade da população da Europa Ocidental durante a Idade Média, causada pela peste bubônica, transmitida pela pulga dos ratos; a varíola, com relatos de casos desde a época do Antigo Egito, tendo em vista que múmias, como a de Ramsés V, de 1157 a.C, apresentam sinais típicos de varíola; e a cólera, entre tantas outras”, contextualizou o professor Luiz Antonio Teixeira, que é pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

Professor da Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Estácio de Sá (Unesa), Teixeira lembra que a história das epidemias revela padrões de comportamento humanos, comuns em situações extremas. “O historiador americano Charles Rosenberg, especialista em História da Ciência e da Medicina na Universidade de Harvard, diz que as grandes epidemias são como peças trágicas, com as mesmas estruturas: primeiro, há um grande medo em relação ao surgimento da epidemia; depois, ocorre uma tentativa de mistificá-la, negando a sua existência ou minimizando seu alcance, com o discurso de que a doença não será tão forte; e, finalmente, há a aceitação do problema e a tentativa de resolução”, citou o pesquisador, que recebe apoio da FAPERJ para a realização de suas pequisas por meio do programa Cientista do Nosso Estado.

De acordo com o historiador, essas etapas podem ser encontradas em alguns discursos oficiais na pandemia de hoje, que negam a importância da quarentena. "Em janeiro, pensamos que o coronavírus não ia chegar; depois, que a pandemia não seria tão trágica; e, agora, tentamos lidar com a situação. Esse comportamento também é notado durante o estudo da atuação governamental na época da Gripe Espanhola no Brasil. Na época, houve uma demora por parte de setores da administração pública, do empresariado e até da imprensa em admitir a chegada da Gripe no território brasileiro”, resumiu.

A Gripe Espanhola no Rio: a praga, a política e os costumes

Em setembro de 1918, jornais cariocas anunciavam que marinheiros brasileiros, participantes de operações da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), haviam sido vitimados pela Gripe no porto de Dacar, capital do Senegal, na África ocidental. No mesmo mês, surgiram os primeiros casos da doença no Brasil. Porém, tanto a imprensa quanto os responsáveis pelos serviços de higiene da época colocavam em dúvida o surgimento da Gripe no País. “A recusa inicial em classificar a gripe como a Influenza, para além de motivos políticos, estava relacionada ao desconhecimento sobre a doença”, relata Teixeira, no artigo Medo e morte: sobre a epidemia de Gripe Espanhola de 1918. Na primeira semana de outubro, a imprensa começou a noticiar casos da Gripe em locais de grande de maior densidade demográfica. Logo, a doença tornou-se nítida em vários setores da sociedade. Segundo o jornal Gazeta de Notícias, de 14 e 15 de outubro daquele ano, “não há em toda cidade estabelecimento comercial, café, bar, botequim que não tenha a maior parte de seus empregados enfermos, sendo de notar que já há estabelecimentos fechados (...). A Light foi forçada a readmitir ex-empregados (...) grevistas”. Já O Correio da Manhã, na mesma data, estampava a seguinte manchete: “A gripe estende os seus tentáculos a todos os cantos da cidade. Dezenas de milhares de enfermos, e os casos novos aparecem de momento a momento”. Por sua vez, o jornal O País, em 16 de outubro, afirmava que só restavam à população “manifestações coletivas e religiosas para pedir a Deus, por intermédio do padroeiro São Sebastião, que nos livre da peste que nos ameaça”.   

Exemplar do jornal Gazeta de Notícias, de 1918: sentimento de insegurança diante da epidemia de Gripe Espanhola

Tão logo, a capital da República Velha (1889-1930) ganhou contornos de caos. Não havia estrutura, nem caixões suficientes, e os corpos passaram a ser recolhidos pela Polícia, pela falta de pessoal suficiente nos serviços municipais. Muitos eram encontrados abandonados nas ruas e foram enterrados em valas comuns, com a ajuda de presidiários, destacados para suprir o reduzido número de coveiros. O professor Ricardo Augusto dos Santos, que assim como Teixeira é pesquisador na COC/Fiocruz, destaca que a população no Rio em 1918 era de aproximadamente um milhão de habitantes. “Desse total, morreram oficialmente cerca de 15 mil pessoas. Mas é preciso considerar que, como hoje, também existia o fenômeno da subnotificação do número de óbitos. Os médicos da época acreditavam que, ao todo, cerca de 600 mil pessoas ficaram doentes na cidade. Por isso, a quarentena ocorreu de forma inevitável, pois as pessoas, acamadas, não conseguiam trabalhar. Houve ainda uma crise de abastecimento, carestia de alimentos e saques aos armazéns”, explicou. Santos é um dos autores da coletânea Os intelectuais e a cidade – séculos XIX e XX, organizada também por Magali Engel e Maria Letícia Corrêa, e publicada com apoio da FAPERJ, como resultado do programa Cientista do Nosso Estado, concedido a Magali. Ele escreveu o artigo Carnaval, a Peste e a Espanhola.

Carro alegórico dos Democráticos, no Carnaval de 1919:
detalhe da xícara da meia-noite, em alusão à bebida fatal
supostamente oferecida aos pacientes da Santa Casa,
 
para esvaziar os leitos (Foto: Revista Careta/BN) 

O historiador lembrou um fato interessante sobre como a sociedade brasileira lidou com a Gripe Espanhola, e que se repete, de certa forma, no contexto da atual pandemia de coronavírus: a disseminação de informações equivocadas, sem comprovação científica, sobre possibilidades de tratamento e remédios. Santos ressaltou que crendices populares eram noticiadas como se tivessem poder de cura, na imprensa da época. “Nos jornais daquele período, há diversos anúncios de produtos como xaropes e purgantes que supostamente combateriam a Gripe Espanhola. Havia ainda a crença de que alimentos como ovo e galinha, especialmente quando preparados em forma de canja, seria eficazes contra a doença. Esses alimentos até sofreram aumento de preço nos mercados, pela alta demanda. Hoje, nós vemos algumas autoridades recomendando uso de medicamentos de eficácia não comprovada ainda pela ciência para o tratamento da Covid-19”, comparou.

A Gripe Espanhola também resultou em algumas mudanças políticas durante a Primeira República. “O presidente Rodriges Alves, que estava recém-eleito para um segundo mandato, morreu acometido pela Gripe e, em seu lugar, assumiu o vice, Delfim Moreira. Uma eleição fora de época foi convocada após a morte de Alves, em janeiro de 1919, e finalmente Epitácio Pessoa foi eleito como presidente”, recordou.

Outra consequência da Gripe foi a criação de uma política pública nacional voltada para a Saúde. “O Brasil não tinha um Ministério da Saúde ou algum órgão similar. Só depois da epidemia da Gripe Espanhola houve a criação, em janeiro de 1920, do Departamento Nacional de Saúde Pública, que era uma antiga reivindicação dos médicos sanitaristas. Temos que lembrar que os serviços públicos na ocasião eram precários e o saneamento, inexistente”, acrescentou Santos. 

Ricardo Santos (à esq.) e Luiz Teixeira destacam
a importância de se conhecer a História da Saúde
para enfrentar a pandemia hoje (Foto: Divulgação)

A ocorrência da Gripe afetou ainda o coração da cultura carioca. Depois da longa reclusão, o Carnaval de 1919 foi considerado uma grande festividade. “O povo participou intensamente e foi às ruas, com blocos, carros alegóricos e marchas com versos sobre a epidemia. Era como se estivessem comemorando o fato de estarem vivos e o fim de uma longa quarentena. Na época, as pessoas ficaram completamente isoladas em casa. Hoje, pelo menos, temos contato com o mundo exterior pela Internet e as redes sociais”, disse Santos.

Uma curiosidade foi o uso de réplicas de xícaras de chá nos carros alegóricos, pois espalhou-se o boato popular de que os enfermeiros da Santa Casa serviam um chá letal, à meia-noite, para matar os pacientes com Gripe, e, assim, esvaziar mais rápido os leitos do hospital. “Infelizmente, esse medo da falta de infraestrutura hospitalar para receber os pacientes internados ainda está bem vivo nos dias de hoje. E como a história se repete, a Escola de Samba Viradouro anunciou, há poucos dias, que vai apresentar como tema de desfile, em 2021, uma releitura do Carnaval da Gripe Espanhola, de 1919, ano marcado pelo fim da Primeira Grande Guerra e da Gripe”, concluiu. 


Texto copiado de:http://www.faperj.br/?id=3970.2.4


Como os Cientistas Cristãos agiram, diante da gripe espanhola de 1918–1919?

18 maio 2020

A pandemia de gripe espanhola de 1918–1919 provocou a morte de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo, entre elas, 675.000 americanos. Essa pandemia testou a capacidade de governos, profissionais da medicina, igrejas e instituições sociais, de reagir diante de uma crise generalizada. Também foi um desafio para um mundo que estava saindo da destruição causada pela Primeira Guerra Mundial; os militares foram as primeiras vítimas dessa doença.1

Os Cientistas Cristãos também foram afetados. Como é que eles agiram nessa situação complexa, cuja causa e abrangência foram objetos de reportagens e debates na imprensa? Como é que a prática da cura espiritual contribuiu para amenizar a crise? Destacam-se vários aspectos da maneira como reagiram.

The Christian Science Monitor cobriu detalhadamente a pandemia e teceu comentários sobre ela. Em 1919, esse jornal fez a seguinte observação:

Se… a imprensa pudesse ser induzida a propagar coragem, ao invés de fazer circular o medo, haveria uma enorme melhora rapidamente. O mero ato de conter o medo teria um efeito inestimável. O melhor serviço que qualquer jornal, qualquer médico ou qualquer ser humano pode prestar ao gênero humano consiste em ensinar a pensar corretamente.2

As publicações religiosas da Ciência Cristã também publicaram artigos que ressaltavam os efeitos perniciosos do medo generalizado, apontavam experimentos médicos que questionavam as suposições em voga na época, além de relatos de atos de generosidade e coragem. Por exemplo, a edição de 12 de abril de 1919 do Christian Science Sentinel incluiu esta reportagem publicada por um jornal da Califórnia, o Oakland Enquirer:

Os experimentos feitos na Ilha das Cabras [Califórnia] por médicos da Marinha, no esforço de aprender algo sobre o vírus causador da gripe, ensinam uma lição que todos deveriam estudar e compreender. Cinquenta jovens marinheiros se apresentaram como voluntários para contrair a gripe, para que os médicos pudessem estudar a doença de maneira mais minuciosa. Esses jovens não tiveram medo nenhum da doença; ofereceram-se por iniciativa própria. Eles foram colocados junto a pacientes infectados com gripe. Receberam recipientes contendo o vírus da gripe, que aspiraram para dentro dos pulmões; o vírus da gripe foi injetado no corpo deles…

Mas nenhum caso de gripe apareceu entre esses cinquenta marinheiros! Esses homens haviam sido inoculados; haviam sido expostos à doença de todas as formas; tinham respirado o vírus, feito refeições e dormido junto a vítimas da gripe, e nenhum deles foi contaminado! Os médicos admitiram que ficaram abismados. Todas as suas teorias sobre a doença foram desconstruídas. Os médicos ainda estão se perguntando o que aconteceu. A explicação, contudo, é muito simples, pois cada um daqueles cinquenta homens a comprovou.

Os cinquenta jovens se apresentaram como voluntários para servir de cobaias para esse experimento. Isso mostrou claramente que eles não temiam a doença…3

Referindo-se ao experimento realizado na Ilha das Cabras, o Journal of the American Medical Association [Jornal na Associação Americana de Medicina] fez uma observação muito franca:

O Dr. McCoy, que juntamente com o Dr. Richey, realizou uma série de experimentos semelhantes na Ilha das Cabras, em São Francisco, utilizou voluntários que, até onde sabemos, não tinham sido expostos de nenhuma forma à epidemia e tiveram resultado negativo, isto é, eles foram incapazes de reproduzir a doença. Talvez existam fatores, ou um único fator, que não conhecemos, na transmissão da gripe.4

Durante a pandemia, líderes católicos, protestantes e judeus discutiram sobre as ordens do governo de fechar locais de culto. Alguns acreditavam que seu ministério era, mais do nunca, necessário, e que suas portas deveriam permanecer abertas.5 Os Cientistas Cristãos participaram desse debate; pelo menos uma igreja filial tentou contestar a ordem de fechamento, mas seu pedido foi recusado.6 Mas um médico, na cidade de Des Moines, Iowa, comentou: “Em meu trabalho em comunidades infectadas, sempre vi que os Cientistas [Cristãos] são os primeiros a obedecer à menor menção de condições insalubres, e os primeiros a adotar medidas fundamentais de saúde”.7

Os detalhes de como os Cientistas Cristãos agiram diante da epidemia provêm principalmente de duas fontes: o livro Christian Science Wartime Activities [Atividades da Ciência Cristã em tempo de guerra], publicado em 1922, e relatos de cura publicados nos periódicos da Ciência Cristã.

Cientistas Cristãos, que estavam trabalhando como voluntários, relataram suas atividades durante esse período. Um deles escreveu:

Houve muitos chamados em busca de ajuda para todo tipo de doença: gripe espanhola, disenteria, alcoolismo, sensualismo, vício do fumo, reumatismo. Houve também chamados de homens que tinham sofrido ataque de armas químicas, que tinham sido feridos e estavam no hospital, etc. Em muitos casos, esses homens foram orientados a usar as Concordâncias [da Bíblia e dos escritos de Mary Baker Eddy]. Um jovem que estava com a gripe foi curado, e depois me contou que por muitos anos tivera medo de contrair tuberculose, mas que agora já não tinha mais esse medo.8

Outro relato mencionou:

…durante aquelas semanas de estresse e medo, Cientistas Cristãos de toda parte ficaram muito gratos por saberem que Deus é o bem, e pela calma certeza de que estão protegidos. Com essa compreensão, eles foram capazes de prestar ajuda imensurável àqueles que estavam sofrendo… [Em algumas áreas] nossos obreiros, ao serem informados de que todo um distrito estava em quarentena e que, se entrassem ali, seriam obrigados a permanecer no local, entraram e permaneceram lá, trazendo cura e conforto a muitas pessoas.9

Também houve relatos de homens que tinham se alistado e que eram Cientistas Cristãos:

Uma das coisas pelas quais somos muito gratos é o fato de que nossos rapazes foram capazes de ajudar outros, durante a recente epidemia. Um deles era responsável por outros trinta e seis. Na primeira noite, ele foi até cada um dos pacientes e tentou tranquilizá-los e amenizar o medo que sentiam. Os médicos logo começaram a recorrer a ele em busca de ajuda, e ele veio a ocupar uma posição de muita responsabilidade e importância. Outro rapaz lia o Salmo 91 para seus pacientes e, embora estivesse apenas começando a estudar a Ciência Cristã, ao colocar em prática o que sabia sobre a verdade, foi capaz de curar uma febre muito alta que afligia um dos rapazes.

De maneira semelhante, um soldado, que escreveu da Inglaterra, diz: “Fui colocado em uma unidade hospitalar e alocado em outro país. Isso aconteceu quando havia muito medo da… gripe… Lembre-se de que estou apenas começando a estudar a Ciência Cristã, e por isso me aferrei à verdade da melhor forma que pude, naquele período. Ao contrário dos meus colegas, não fiz uso de nenhum método preventivo nem de remédios. Eu não tinha medo algum e sentia que era meu dever servir, ao invés de ser servido.”10

Um dos médicos responsáveis pelo hospital da Base Militar Beauregard, Louisiana, escreveu a um voluntário que era Cientista Cristão:

Por meio desta carta eu gostaria de expressar da melhor forma possível minha gratidão pela sua ajuda e assistência, durante esta situação difícil na base. Quando você ofereceu seus serviços, no início dessa situação crítica, nós precisávamos de ajuda com a qual pudéssemos contar. Ficamos um pouco surpresos com a sua oferta, de nenhuma maneira devido ao homem que a fez, mas é que não sabíamos se o ponto de vista dos Cientistas Cristãos estaria em linha com um trabalho humanitário como o que você realizou aqui. Vi que tudo esteve em ordem como devia estar, nas vezes em que eu precisei me ausentar, com você como Chefe da Enfermaria. Gostaria de lhe dizer uma coisa pela sou qual sou grato: apesar de que sua posição de Chefe da Enfermaria poderia tê-lo poupado de tarefas mais humildes no hospital, você fez aquilo que era necessário. Agradeço-lhe mais uma vez pelo trabalho realizado com dedicação e sem medo durante este grave período, Sou, Seu amigo.11

Outra carta reconheceu os esforços de um grupo de Cientistas Cristãos em Minnesota:

O Cirurgião deseja agradecer ao Sr. G., e aos membros da Liga da Ciência Cristã em prol do bem-estar [sic], por toda a sua bondade e consideração, ao cuidar dos doentes em nosso hospital, durante a recente epidemia. O cuidado e o trabalho que vocês tiveram, ao proporcionar conforto e assistência aos pacientes, foram muito apreciados. Vocês não imaginam o quanto significou para os pacientes o serviço útil e prático que prestaram. A esplêndida cooperação e o serviço prestado de maneira imediata e solícita, durante a difícil situação de emergência, significou muito mais do que é possível expressar. Os médicos responsáveis são muito gratos a vocês e valorizam muito tudo o que fizeram.12

Os Cientistas Cristãos em todo o mundo enfrentaram, individualmente, seus próprios desafios durante a epidemia. Muitos testemunhos publicados após 1919 no Sentinel, no The Christian Science Journal e nas edições em francês e alemão dO Arauto da Ciência Cristã, mencionam curas de gripe espanhola.13 Por exemplo, Marie Louise Field, de Ketchikan, Alaska, escreveu isto:

Há dois anos, assim que o surto da gripe espanhola começou, na costa do Pacífico, eu estava frequentando a faculdade. Sabia que, naquele momento eu, como estudante da Ciência Cristã, não tinha nada a temer. Assim sendo, depois que declarei a verdade da maneira como a compreendemos na Ciência Cristã, deixei de pensar na gripe espanhola e continuei a fazer minhas tarefas da faculdade, como de costume. Perto do fim da primeira semana, quando o número de casos tinha crescido enormemente, espalhou-se o boato de que o campus teria de ser posto em quarentena. Eu estivera passando todos os finais de semana fora da faculdade, e aguardava ansiosamente o momento de poder tirar essas férias semanais. Ressenti-me da ideia de ficar em quarentena no campus e deixei claro que não aprovava a injustiça e a insensatez de tal medida.

Naquela tarde, eu parecia estar manifestando alguns dos sintomas da gripe; à noitinha os sinais eram incontestáveis. De início, fiquei muito assustada, pois eu havia acreditado que meu trabalho de oração havia sido completo. Fui para meu quarto e decidi resolver o problema, ainda que levasse a noite toda. Abri o livro-texto, “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”, de Mary Baker Eddy, e fui lendo. A cura não ocorreu até que o verdadeiro significado da palavra quarentena se desdobrou em meu pensamento. Compreendi que o homem é sempre uno a Deus, e que a única coisa da qual o homem poderia estar separado era do mal; que eu estava ligada somente ao bem e que, por isso, eu só podia manifestar o bem, Deus. Às três horas da manhã, eu estava curada. Levantei-me no horário de costume, perfeitamente bem e pronta para assistir às minhas aulas. Quando a sexta-feira chegou, eu estava livre para deixar o campus, e não houve quarentena durante a epidemia.14


Texto copilado de: https://www.marybakereddylibrary.org/pt-br/research/como-os-cientistas-cristaos-agiram-diante-da-gripe-espanhola-de-1918-1919/ 

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  1. “Pandemia de 1918 (Vírus H1N1), Centro de Controle e Prevenção de Doenças, https://www.cdc.gov/flu/pandemic-resources/1918-pandemic-h1n1.html accessado em 30/3/2020.
  2. “Architects of Disease” [Arquitetos da Doença], The Christian Science Monitor, 13 de agosto de 1919, 16.
  3. Christian Science Sentinel, 12 de abril de 1919, 637.
  4. Rosenau, Milton J., “Experiments to Determine Mode of Spread of Influenza” [Experimentos para determinar o modo como a gripe se dissemina], Journal of the American Medical Association, Vol. 73, no. 5, 313. O artigo também menciona um experimento realizado no Hospital da Marinha Americana, em Chelsea, Massachusetts, com resultados similares.
  5. “Signs of the Times” [Sinais dos tempos], Sentinel, 30 de novembro de 1918, 258.
  6. “Habeas Corpus Writ is Refused” [Mandado de habeas corpus é recusado], Monitor, 9 de novembro de 1918, 9.
  7. “Campaign Against Fear Is Advocated” [Campanha contra o medo é defendida], Monitor, 22 de outubro de 1918, 6.
  8. Christian Science Wartime Activities (Boston: A Sociedade Editora da Ciência Cristã, 1922), 163.
  9. Christian Science Wartime Activities, 341.
  10. Christian Science Wartime Activities, 341–342.
  11. Christian Science Wartime Activities, 343.
  12. Christian Science Wartime Activities, 342–343.
  13. Ver o arquivo jshonline.com para ler esses testemunhos.
  14. The Christian Science Journal, Fevereiro de 1921, 633–634

terça-feira, 5 de maio de 2020

COVID-19

Não é um bom momento para ninguém, apesar de nossa fé, estamos cientes que muitos precisam de ajuda, e acreditem estamos em oração por todos.

Assim que for possível nós teremos um calendário e continuaremos rogando para o Pai maior ter piedade de nós.

Fiquem em casa, se não puder usem mascaras e se protejam. Orai e Vigiai.